30/03/2012

Sopa de Tomates Assados

Apresento-vos aqui uma das minhas sopas favoritas!
Esta receita não é novidade, já se faz há bastante tempo, aqui, ali, com ligeiras alterações. Esta minha versão é aromatizada com manjericão, mas poderá optar por tomilho ou mesmo coentros. É deliciosa só assim como se apresenta ou com pãozinho torrado (a.k.a croûtons) por cima…
Mais fácil é (quase) impossível!


Ingredientes:

±1,5kg de tomates;
2 cebolas;
2 dentes de alho;
1 ramo de manjericão fresco;
1 pitada de manjericão seco ou orégãos (opcional);
Sal;
Pimenta;
Azeite;
Água.

Como fazer:

Lavam-se e cortam-se os tomates aos quartos e espalham-se num tabuleiro de ir ao forno. O mesmo destino para as cebolas, descascam-se, cortam-se às meias luas e tabuleiro com elas; picam-se os alhos grosseiramente e juntam-se aos tomates e às cebolas. Regam-se estes com um fio de azeite e temperam-se com sal, pimenta e uma pitada de manjericão seco ou mesmo orégãos secos (se não tiver nenhum dos dois também não faz mal). Envolvem-se todos os elementos (eu cá gosto de o fazer com as mãos) e leva-se o tabuleiro ao forno a assar durante ± 40 minutos ou até os tomates se apresentarem assados. Se necessário, mexer de vez em quando para não deixar nada pegar ao fundo do tabuleiro, assim como para dar uma cheiradela aos aromas que se libertam.
Assim que assado, retira-se o tabuleiro do forno e coloca-se todo o seu conteúdo numa panela alta; cobre-se com água, junta-se o ramo de manjericão e mantém-se ao lume até ferver. A seguir, retira-se a panela do lume e com uma varinha mágica reduz-se a creme. Rectifica-se de sal e pimenta, mais um fio de azeite e deixa-se ferver mais uns 10 minutos – tão fácil quanto isto, a melhor sopa do mundo!
Nota: A quantidade de tomates utilizados depende efectivamente de quão cremosa se quer a sopa. Se preferir um caldo mais líquido não use tantos tomates; se, tal como eu, preferir um cremesito mais grosso, abuse deles à vontade (para esta sopa utilizei ±1,5kg); em relação às ervas aromáticas, como alternativa ao manjericão poderá utilizar tomilho (neste caso, retire o talo grosso do meio e disponha as folhas junto com os tomates no tabuleiro) ou ainda coentros picadinhos ou qualquer outra erva aromática que ache por bem.

27/03/2012

Lentilhas e Esparguete – um estranho (e delicioso) casamento

Desde já vos digo que esta receita não é minha! A receita que se segue cá em casa há já alguns anos é da fantástica Martha Rose Shullman, do NY Times.
Apesar de parecer algo farta-brutos - lentilhas com esparguete - confesso que esta combinação é uma delícia e um sucesso imediato! É efectivamente um prato com ‘sustança’, mas os sabores que aqui se encontram, as sementes de cominhos e coentros, o pimento, os coentros frescos, tornam este prato numa agradável surpresa, muito mais interessante do que o que à partida se imagina.
O título original desta receita é qualquer coisa como ‘lentilhas do Médio Oriente com massa’ e o resultado tem mesmo sabor arábico!

Normalmente, aconselha-se um soninho no sofá depois desta refeição.


Ingredientes:

200gr de lentilhas verdes;
150gr de esparguete;
1 pimento vermelho, médio/grande, partido aos cubinhos;
2 cebolas;
2 dentes de alho;
1 folha de louro;
½ colher de sopa de sementes de cominhos;
½ colher de sopa de sementes de coentros;
½ raminho de coentros picados;
Sal;
Pimenta;
Azeite.

Como fazer:

Antes de mais, lavar e escorrer as lentilhas.
Colocam-se as lentilhas numa panela com bastante água e junta-se uma cebola descascada e cortada ao meio, um dente de alho descascado e cortado ao meio, a folha de louro, sal a gosto. Cozer as lentilhas em lume médio até estas se apresentarem macias (sensivelmente 25/30 minutos). Assim que estiverem cozidas (mas não demasiado porque, dessa forma, desfazer-se-ão), escorrê-las e reservar. Guardar também 1 copo da água da cozedura.
Entretanto, noutro tacho, cozer o esparguete em bastante água, tal como a embalagem indica.
Numa frigideira, aquecer um pouco de azeite e juntar a outra cebola picada; deixar alourar. Dois, três minutos passados, juntar o pimento partido aos cubinhos e deixar fritar até amolecer o pimento. De seguida, junta-se o alhinho picado, as sementes de cominhos e as de coentros, e deixa-se fritar para que se libertem os maravilhosos aromas, mexendo sempre (cuidado para não queimar o alho). Junta-se um pouco da água da cozedura das lentilhas (talvez uns 100ml), rectifica-se de sal e pimenta e mantém-se ao lume até reduzir um pouco.
Para concluir, escorre-se o esparguete e combinam-se os três elementos: as lentilhas, o esparguete e o pimento salteado em sementes.
Coentros picadinhos por cima e já está – bom apetite!

24/03/2012

Restaurantes Indianos/Nepaleses – Kathmandu

Confesso já que, quando saímos de casa, Kathmandu não era o destino que tínhamos em mente! Na realidade, a nossa ideia era revisitar o Chili Room, mas acabámos por ir para Kathmandu, na Rua Ponta Delgada, 31 B/C, à Estefânia.

Há já algum tempo que não íamos a este restaurante, mas guardava na ideia boas referências de outros jantares. Quando chegámos, apesar de sexta-feira à noite, fomos os primeiros. O ambiente geral deste restaurante é agradável, as paredes pintadas com os iconográficos olhos de Buda, os candeeiros laranja, cores quentes a toda a volta e as toalhas de mesa aos quadradinhos. Apesar de ter a televisão na Sportv (mega turn off!), o som estava mudo e a companhia era tão boa que não foi por aí que me distraí.
Quanto ao que mais interessa!
O Naan de alho gerou logo ali debate… apesar de saboroso, sinceramente parecia congelado, com manteiga de alho por cima - mas repito, estranhamente, apetitoso e estaladiço. O meu companheiro destas andanças – extraordinariamente – não pediu lentilhas e optou por Chana Masala (grão com tomate, cebola e especiarias). Eu provei e digo de imediato – já provei melhor (inclusive neste restaurante!). Quanto a mim, fui pelo tradicional Kathmandu Bhantta Tarkari, um tipo de caril de beringelas. Aqui confesso que me surpreendi. Logo de imediato perguntei se este prato levava natas (detesto natas em pratos salgados e se conseguir evitá-las, melhor!), ao que simpaticamente me responderam que poderiam fazê-lo sem natas – óptimo. E estava delicioso, sobretudo para quem adora beringelas como eu! O sabor a beringela assada, cominhos e especiarias, sem aquele adocicado de natas, nota muito positiva! O arroz não estava nada de extraordinário e o roti que pedimos para acompanhar vinha dobrado em triângulos e tinha uma consistência mais dura do que a que normalmente conhecemos (geralmente utilizamos o roti como auxiliar, para comermos com as mãos que, neste caso, não deu).
O vinho da casa era, segundo me recordo, Borba e rematámos com umas deliciosas Gulab Jamun, bolinhas de leite fritas, em calda adocicada, dois cafés e a conta por favor! – 24€ e qualquer coisa.
O ambiente é agradável, o pessoal simpático, o jantar… já provei melhor (ali mesmo), mas mesmo assim… no geral, 7.

23/03/2012

Tofu Espiritual

No âmbito do nosso desafio Cozinha Portuguesa Vegetariana, eis aqui mais um petisco - Tofu Espiritual.

Nunca cheguei a fazer esta receita na sua versão original, isto é, com bacalhau, nem tão pouco me lembro de a ter provado. Contudo, tive recentemente a oportunidade de me reunir com amigos a uma mesa que apresentava as duas versões deste prato.
Quem provou os dois não só ficou deliciado, como espantado com a semelhança e, mesmo aqueles que antipatizam peremptoriamente com tofu, adoraram esta versão!

Ingredientes :

1 embalagem de Tofu (utilizei da marca Cem Porcento, à venda em qualquer Pingo Doce, 2.44€);
1 pacote de batata palha, 400gr;
1 pacote de cenoura ralada, 300gr;
1 cebola;
2 dente de alho;
1 pacote de natas de soja;
Queijo ralado (utilizei emmental, mas, em alternativa, poderá utilizar pão ralado);
Azeite;
Sal e Pimenta.

Como fazer:

Antes de mais, deixar o tofu marinar em sumo de limão, coentros picados, alho picadinho, sal e pimenta; poderá fazê-lo de um dia para o outro ou por algumas horas (no mínimo 4) - quanto mais tempo deixar, mais saboroso ficará o tofu.

Picar a cebola e o alho e refogar em azeite. Depois de marinado, cortar o tofu às tiras (aqui optei por tiras finas de ± 5cmx1cm para que, posteriormente, não se destacassem pedaços enormes de tofu, para que o preparado fosse homogéneo; porém, poderá também, ao invés de tiras, utilizar o tofu esfarelado).
Bom, juntar as tiras de tofu ao refogado e mexer, com o devido cuidado. De seguida, juntar a cenoura ralada, mexer, e deixá-la murchar por completo. Adicionar a batata palha e, para ligar tudo, juntar um pacote de natas (optámos por natas de soja). Mais uma vez, revolver gentilmente todos os elementos, rectificar de sal e pimenta (atenção porque normalmente as batatas palha já são bastante salgadas) e dispor o preparado num pirex. Por cima, para a gratinar, colocar queijo ralado ou, em alternativa, pão ralado e forno com ele! Servir com uma saladinha fresca, um copinho de branco fresco e bom apetite!
Nota: um especial obrigado à amiga Aida a quem pertence esta receita.

22/03/2012

Sopa de Feijão e Cominhos

Não há nada melhor que sopa! Por várias razões – por ser saudável, económica, versátil (normalmente fazemo-la em creme e depois, para a tornar mais robusta e completa, juntamos arroz, quinoa ou cubinhos de tofu), para além de muito simples e prática (com sopa no frigorífico, a qualquer momento tem uma refeição pronta!).
Porém, as sopas cá de casa não são exactamente as mais tradicionais. Normalmente, utilizamos como ‘base’ nabos, cenoura, curgete e cebola e, a partir daí, o que houver no frigorífico ou na dispensa – cá em casa nada se perde, tudo se transforma. Umas vezes corre melhor que outras e, desta vez, correu muito bem! O casamento de feijão com cominhos é um dos mais felizes e o creme ficou aveludado, uma delícia!

Ingredientes:

1 lata de 400gr de feijão encarnado;
2 nabos grandes;
1 pedaço de abóbora, ±500gr;
2 curgetes pequenas;
1 cebola,
2 dentes de alho;
1 colher de sopa de cominhos e outra de sementes de cominhos.
Sal;
Água;
Azeite.

Como fazer:

Não há cá grande ciência nas nossas sopas. Lavam-se, descascam-se e cortam-se todos os elementos - os nabos, a abóbora, as curgetes (eu deixo a casca), a cebola e o alho – e colocam-se numa panela alta. Passa-se o feijão encarnado por água e junta-se aos restantes ingredientes. Cobre-se com água e tempera-se com sal e, neste caso, a colher de sopa de cominhos. Deixar ferver até todos os ingredientes se apresentarem cozidos; nesse momento, retirar do lume e, com uma varinha mágica, reduzir a creme. Voltar ao lume brando e juntar 3 colheres de sopa de azeite e uma colher de sementes de cominhos. Rectificar de sal e deixar ferver durante mais 10 minutos.
As easy as that!

20/03/2012

Restaurantes Indianos/Nepaleses – Fishtail

Como o próprio nome deste blog indica, somos grandes fãs da culinária Indiana e Nepalesa. Quando chega ao fim da semana, costumamos palmilhar as ruas da cidade em busca dos melhores pratos vegetarianos em restaurantes destas cozinhas. Assim, a partir desse ritual, inicio neste blog um espaço de apreciação crítica, e debate, sobre restaurantes da cidade, com especial incidência nos que representam a culinária do magnífico subcontinente indiano!
Com o passar do tempo temos assistido à ascensão e queda de alguns estabelecimentos – por exemplo, foi com tristeza que passei recentemente pelo meu querido Chili Room, perto do mercado de Arroios, para ver que este se apresentava muito desarrumado e com um cheiro um pouco estranho, dei meia volta e fui-me embora… Este era um dos nossos favoritos, uma vez que apresentava um menu vegetariano extraordinário e bastante variado. Bom, para não passar já um juízo definitivo, hei-de lá voltar para ver se se mantém no mesmo estado.

Assim, hoje falo-vos de uma agradável surpresa - o Fishtail, na Av. Óscar Monteiro Torres 54B, à Av. Roma, tel.:218 277 300.

Inicialmente estabelecidos em Almada, mudaram-se para Óscar Monteiro Torres, à Av. Roma, muito para minha alegria, até porque vivo a 10 minutos a pé. Desde o inicio do ano já lá fomos umas quatro vezes. O local é agradável e, mais importante, limpo e organizado. Creio que se tratava de um restaurante de cozinha típica Portuguesa e reconhecem-se imediatamente elementos que se mantiveram dessa decoração. Contudo, uns acessórios nepaleses, os panos tradicionais, os candeeiros típicos e imagens iconográficas daquele país, recompuseram o ambiente, tornando-o agradável.
O pessoal é muito simpático e predispõe-se a 2 dedos de conversa, o que é sempre bom. São bastante solícitos, sem serem chatos, e estão sempre atentos e preocupados se está tudo bem na nossa mesa. Sem dúvida, nota máxima para o atendimento.
Bom, ao que mais importa, o que se apresenta no prato!
O menu, no que respeita os pratos vegetarianos, não é dos mais variados - apresenta apenas 10 opções, todas habituais neste tipo de menu, como por exemplo, os tradicionais Chana Masala, Veg Curry, Veg Korma, Saag Paneer, assim como 1 Veg Biriyani (próximo a experimentar). Contudo, apesar de não se pautar pela excepcionalidade, o que se apresenta é delicioso. São certamente pratos comuns, mas, no geral, bem confeccionados e generosamente servidos.
O meu companheiro destas andanças tende a pedir Dal (lentilhas), tamanho é o seu vício pela deliciosa leguminosa, e as que aqui se servem – Palpali Daal (lentilhas típicas do Nepal com manteiga e natas em molho especial, 6.45€) - têm se verificado sempre impecáveis! Já eu vario mais e, desta vez, destaco Vanta Sadeko (pasta de beringelas com especiarias, 7.75€) ou Chayu Saag (caril de espinafres e cogumelos, 6€) - este último especialmente delicioso! Nota muito positiva também para o arroz basmati (que, caso necessário, é prontamente reabastecido sem custos adicionais), assim como para o Naan (de alho, 2€) e para as Onion Bahaji (pastéis de cebola fritos com farinha de grão, 1.25€).
No geral, este Fishtail é uma boa opção; não é terrivelmente caro, o vinho da casa (segundo me lembro) é JP e um jantar para 2, com as entradas, os principais, o vinho e uma sobremesa a dividir (aqui há bebinca!) fica, em média, 25€. Nota: pode ficar mais barato se não pedir vinho, ou se se abstiver das entradas ou sobremesa.
Nota geral: 7.8

19/03/2012

Cozinha Portuguesa Vegetariana!

Uma das perguntas que me colocam com mais frequência, em conversas sobre alimentação e vegetarianismo, é a incrédula Como consegues??, imediatamente seguida da afirmação convicta Eu cá não conseguiria viver sem carne ou peixe, sem os meus petiscos favoritos da cozinha Portuguesa!
É certo que o ‘bom Português’ gosta de comer (e beber) bem – eu cá gosto e não é pouco! – porém, não é por ser vegetariana que deixo de cozinhar os nossos pratos favoritos. Hoje em dia, com um bocadinho de imaginação, é possível recriamos (quase) tudo, não implicando carne ou peixe – ok, será mais complicado recriar sardinhas assadas vegetarianas, contudo, (quase) tudo o resto é susceptível de ser adaptado. A maior parte dos supermercados vende soja, tofu, seitan, matérias que já se apresentam mais elaboradas, em formato chouriços e farinheiras, no barro, com ervas, especiarias e temperos diferentes, proporcionando matéria-prima proteica para os mais diversos cozinhados.
Assim, pretende-se cozinhar pratos tradicionais portugueses, na sua versão vegetariana, e mostrar que, afinal de contas, não é assim tão difícil, nem triste, nem complicado – ser-se Português (whatever that means) e Vegetariano :)

O primeiro prato que se apresenta neste contexto é, sem dúvida, um favorito – Favas Guisadas com Chouriço de Soja
Confesso que adoroooo favas e, apesar de ter feito este petisco com favas congeladas, resultou muito bem.

Aproveitamos ainda para ressalvar outro post, este mais antigo, que recria outro petisco bem típico - à Brás!


Favas Guisadas com Chouriço de Soja


Ingredientes:

1kg de Favas congeladas;
1 Chouriço de Soja (aqui usei o mais fácil de se encontrar, em qualquer Pingo Doce - Chouriço de Soja da Cem Porcento, 3,04€ - nota: usar os 2 chouriços que vêem na embalagem);
1 cebola grande;
1 dente de alho;
½ lata de tomate pelado, aos pedaços (usei o meu favorito, do Pingo Doce, 0.49€);
1 molho de coentros;
Azeite;
Vinho branco;
Água;
Sal e Pimenta.


Como fazer:

Pica-se a cebola e o alho e refoga-se em azeite. Assim que a cebola se apresentar translúcida, juntar meia lata pequena de tomate pelado aos pedaços. Mexer e, logo depois, juntar meio molho dos coentros picadinhos - sentir o maravilhoso aroma que se liberta! De seguida, juntam-se as favas e tempera-se de sal e pimenta. Envolvem-se as favas no molho e acrescenta-se um pequeno copo de vinho branco, bem como um pouco de água, até cobrir as favas. Mexe-se bem e deixa-se guisar durante mais ou menos meia hora; atenção, sempre que necessário, juntar um pouco de água.
Ao fim de meia hora, ou quando a as favas estiverem praticamente cozidas, juntar o chouriço partido às rodelas (uma alternativa a este chouriço é seitan partido aos cubos!) e deixar guisar até as favas estarem bem macias. Por fim, rectificar os temperos e acrescentar o resto dos coentros picados!
Pão, vinho e mesa!

Nota: um especial obrigado à minha mãe que ajudou a preparar esta deliciosa favada!

18/03/2012

Turkish Delight - Hummus, Baba Ganoush e Cacık!

Agora vamos aos molhos que acompanharam as deliciosas Falafel!

Hummus é uma pasta muito popular nos países do Mediterrâneo e Média Oriente.
Esta delíciosa pasta é feita de grão de bico e tahine – tahine não mais é que concentrado de sementes de sésamo (muito fácil de se encontrar, por exemplo, no Celeiro por 2,65€).
O Baba Ganoush é outra pasta tradicional mediterrânica/árabe, mas feita de beringela assada e tahine; o Cacık, lê-se [tsatsik], é o contra ponto - um molho de iogurte, pepino e hortelã – o elemento fresco deste festim árabe.

Hummus


Ingredientes:

1 lata de grão cozido;
4 colheres de sopa de Tahine;
2 dentes de alho picado;
Sumo de ½ limão:
2 a 3 colheres de coentros picados;
Um fio de azeite;
Um pouco de sal;
1 ou 2 colheres de sopa de água.
Para decorar: um fio de azeite e uma colher de chá de paprika.

Como fazer:

Humm... nada é mais simples; juntar todos os ingredientes num robot de cozinha até se obter um puré cremoso. Provar e rectificar, um pouco mais de azeite ou sumo de limão, um pouquinho de água se a pasta estiver muito grossa – o que se quer é um patê cremoso com sabor a grão e sésamo, um travo a limão e coentros. Para decorar, um fio de azeite e uma colher de chá de paprika.


Baba Ganoush



Ingredientes:

2 Beringelas grandes;
3 ou 4 colheres de sopa de Tahine;
2 dentes de alho picado;
Sumo de ½ limão;
2 colheres de coentros picados;
1 colher de chá de chili em pó (em alternativa, paprika);
Um fio de azeite;
Um pouco de sal.

Como fazer:

Primeiro é preciso assar as beringelas. Para o efeito, lavam-se, picam-se ligeiramente com um garfo, envolvem-se em papel alumínio e forno durante 30 minutos. Assim que se apresentarem molinhas, retiram-se do forno e aguarda-se que esfriem.
Quando frias, corta-se e retira-se a polpa com ajuda de uma colher. No robot de cozinha, junta-se a polpa das beringelas aos restantes ingredientes, o tahine, o alho picado, os coentros, o sumo de limão e o fio de azeite, a colher de chili ou paprika. Reduzir a puré cremoso – mais fácil que o hummus, uma vez que, dada a consistência natural das beringelas assadas, este fica logo cremoso. Rectificar os temperos e já está!


Cacık



Ingredientes:


2 iogurtes naturais (eu usei simplesmente os Magros do Pıngo Doce, mas se arranjar dos gregos naturais, ainda melhor!):
½ pepino;
½ ramo de hortelã, finamente picado;
2 ou 3 gotas de sumo de limão.

Como fazer:

Bater os dois iogurtes até ficarem cremosos, picar o pepino em quadradinhos de 1cm e picar a hortelã. Envolver tudo e temperar com 2 ou 3 gotas de sumo de limão - aqui, a gosto.
Voilá!

Turkish Delight - Falafel

Desta vez, a inspiração foi do Médio Oriente e o resultado um manjar das 1001 noites!
Não é a primeira vez que se fazem Falafel cá em casa, na realidade, é um dos nossos petiscos favoritos. Normalmente, acompanhamos as Falafel (bolinhas de grão fritas) com Hummus (pasta de de grão e tahine), Baba Ganoush (pasta de beringela assada) e Cacık [tsatsik], molho de iogurte com pepino e hortelã.
Apenas o pão pita foi comprado no supermercado – mas fica aqui o compromisso, não é difícil e, para próxima, fá-lo-emos casa.



Falafel
Ingredientes:


300gr grão de bico seco, previamente demolhado de um dia para o outro;
1 cebola picada;
3 dentes de alho picado;
4 colheres de sopa de coentros picados;
1 colher de sopa de cominhos;
1 colher de chá de pimenta preta;
½ colher de chá de fermento;
Umas gotinhas de limão;
Sal;
Farinha para moldar as bolinhas;
Óleo para fritar.


Com fazer:

Num robot de cozinha reduzir o grão (cru, mas demolhado de um dia para o outro) a pasta. De seguida, juntar os restantes ingredientes, a cebola e os dentes de alho picados, os coentros picadinhos, os cominhos, a pimenta e o sal, a ½ colher de fermento e umas gotinhas de sumo de limão – voltar a ligar o robot até todos os ingredientes estarem ligados . Nota: é importante provarmos sempre a pasta para rectificarmos os temperos. Sempre que necessário, acrescentar mais cominhos, pimenta ou sal, assim como um pouquinho de água se a pasta se verificar muito seca. Deixar a pasta descansar uma meia hora.
Depois disto, fazer as bolinhas! Num prato raso deitar alguma farinha; moldar as bolinhas com cuidado(atenção porque, à partida, a pasta será mole, mas não se assustem, é mesmo assim!), passá-las por farinha e reservar. Se as mãos ficarem muito pegajosas, é só passá-las por água.
Aquecer o óleo e, assim que este estiver bem quente, fritar as bolinhas até estas se apresentarem douradas.

13/03/2012

Um petisco de domingo - pão de alho e queijo ricota caseiro!



Pois bem, depois de termos descoberto as maravilhas do queijo caseiro, não poderíamos ficar por aqui! Desta vez, resolvemos experimentar ricota (aka requeijão!).
O processo é semelhante ao do paneer, com a salvaguarda de que, para além do leite, juntámos 200ml de natas.

Relembro aqui como se faz…

Ingredientes:

1 litro de leite gordo;
200ml de natas inteiras;
2 colheres de sopa de sumo de limão;
1 escoador;
1 mini-meia de vidro.

Como fazer:

Num tacho, deite o leite e as natas e deixe levantar fervura; quando estiver a fervilhar, junta-se suavemente o sumo de limão, mexendo sempre. Mantém-se o lume brando, a borbulhar, mexendo calmamente durante uns dois minutos. Quase imediatamente o leite talha, separando o soro da nata – esta nata é a ricota!
Entretanto, se não tiver um pano específico para queijo, arranje uma mini-meia de vidro, corte a banda elástica e envolva a meia num escoador (cuidado para a meia não se soltar). Tira-se o leite do lume e verte-se para a meia… deixar a bolinha de queijo escoar o soro, retirar a meia e escorrer o restante líquido durante uns 5 minutos. Colocar a bolinha de queijo numa tigela, cobrir com película e guardar no frigorífico durante, no mínimo, uma hora.
Já para o pão de alho seguiu-se uma dica do Jamie Oliver. Corta-se um pão saloio às fatias (nós usámos de Mafra); pincelam-se de azeite e forno com elas! Quando estiverem torradas, passa-se um dente de alho descascado sobre a superfície, para passar o maravilhoso sabor, e polvilham-se de orégãos ou manjericão seco!
Molto buono!

Malai Kofta


Motivados pelo feito que foi o fabuloso Dal Tarka caseiro, cheios de coragem resolvemos subir a fasquia e partir para as maravilhosas Malai Kofta!
Malai Kofta são bolinhas fritas de batata, panner e legumes, envoltas num molho cremoso de tomate, especiarias e natas.

Não foi pêra doce, sobretudo porque é um processo moroso, a receita é extensa e com várias etapas (o panner, as koftas e o malai). Contudo, ajuda o facto de gostar do que se faz, a companhia é muito boa, um copinho de tinto pelo meio, a rádio na Antena 3… o resultado é um prazer dos diabos, vale bem as duas horas na cozinha e a montanha de loiça por lavar!
Bom, primeira etapa, fazer o panner (queijo indiano, elemento essencial na culinária indiana vegetariana). Pode parecer assustador – fazer queijo em casa – mas, na realidade, é a coisa mais fácil do mundo! É mesmo! Para o efeito, basta 1 litro de leite gordo, duas colheres de sopa de sumo de limão, um escoador e uma mini-meia de rede! Oh yeah!
Ora bem, num tachinho coloca-se o leite ao lume até levantar fervura; quando estiver a borbulhar, junta-se suavemente o sumo de limão, mexendo sempre. Mantém-se o lume brando, a borbulhar, mexendo calmamente durante uns dois minutos. Quase imediatamente o leite talha, separando o soro da nata – esta nata é o panner! Entretanto, corta-se a banda elástica da meia de vidro e envolve-se a meia num escoador (cuidado para a meia não se soltar). Tira-se o leito do lume e verte-se para a meia… deixar a bolinha de queijo escoar o soro, retirar a meia e escorrer o restante líquido. Uma dica jeitosa – manter a meia presa à torneira do lava-loiça durante 30 minutos. Este processo é muito fácil e este vídeo da Titli Nihaan explica-o muito bem!

Confesso que a partir do momento em que consegui fazer queijo em casa a minha vida mudou! Esta é uma descoberta monumental, sobretudo se se considerar que este é o ponto de partida para outros tipos de queijo…. O céu é o limite!

Ora bem, de volta ao Malai Kofta! Para que tudo corresse da melhor forma vimos este vídeo do Chef Sanjay Thumma – ei-lo!

Ingredientes:

Para as Koftas
250gr de batata cozida e ralada;
250gr de paneer desfiado;
250gr de macedónia de legumes (optei por uma da marca Pingo Doce, com ervilhas, milho e cenoura e feijão verde) – dica: depois de cozidos, espremer os legumes num pano de cozinha para retirar toda a água;
2 chilis verdes ;
1 colher de sopa rasa de coentros em pó;
1 colher de sopa rasa de cominhos em pó;
1 colher de sopa rasa de chili em pó;
Coentros picados;
Sal;
Farinha;
Óleo q.b.

Para o Malai
1 cebola média;
3 tomates maduros (eu optei por uma lata de tomate aos pedaços do Pingo Doce);
Gengibre picado (1 pequena noz de ±1,5cm de largura);
1 colher de sopa rasa de açafrão;
1 colher de sopa rasa de coentros em pó;
1 colher de sopa rasa de cominhos em pó;
1 colher de sopa rasa de sementes de cominhos ;
1 colher de sopa rasa de chili em pó;
1 pacote de natas;
Coentros picados.
Óleo q.b;
Água q.b;
Farinha q.b.
Sal.

Como fazer:

Começar pelas koftas – numa tigela juntar a batata, o panner e os legumes, mexendo com as mãos para incorporar todos os ingredientes. De seguida, juntam-se os chilis picados e as especiarias, os coentros em pó, os cominhos em pó e o chili em pó; adicionam-se os coentros picadinhos e rectifica-se de sal. Com as mãos envolver todos os elementos até se obter uma pasta homogénea, com uma consistência que permita moldar bolinhas. Dica: se achar que a mistura está demasiado húmida para moldar, junte pão ralado!
Fazer bolinhas e passá-las por farinha. Entretanto, aquece-se óleo numa fritadeira e, assim que quente, fritam-se as bolinhas até ficarem castanhas, bem fritinhas, mas não esturricadas!

Descansar as koftas em papel de cozinha enquanto se prepara o molho.


Para o malai, aquece-se o óleo e junta-se a cebola partida, adiciona-se sal, e deixa-se fritar até ficar translúcida. De seguida, juntar o gengibre picado, o açafrão e mexe-se para libertar os deliciosos aromas. Um minuto depois, junta-se o tomate aos pedaços e as especiarias, os coentros em pó, os cominhos em pó e o chili em pó. Mexe-se bem e junta-se água (mais ou menos 200ml, sem tornar o preparado demasiado liquido). Deixar cozinhar durante aproximadamente 5 minutos. Assim que este preparado estiver cozido, retira-se do lume reduz-se a puré num liquidificador ou, em alternativa, com uma varinha-mágica.
Já na recta final, aquecer uma colher de sopa de óleo numa sertã (eu usei um wok) e, assim que este estiver quente, acrescentar as sementes de cominhos e a pasta de tomate que fizemos anteriormente, juntar um pouco de água e deixar ferver. Pouco tempo depois, juntar natas, deixar ferver mais um pouco, introduzir as koftas, coentros picados e vamos para a mesa!
Bom apetite!

12/03/2012

Dal Tarka


Pois bem, depois de mais de dois anos ausente deste espaço, eis-me de volta! Apesar de tudo, nunca me afastei muito dos tachos, seguramente nunca perdi o apetite, cozinhei bastante e agora reencontro a vontade de partilhar!

Desta forma, recomeço com um dos meus pratos favoritos, aquele que seria resposta quase imediata à pergunta cliché – se pudesse escolher, qual seria a minha última refeição? Dal freaking Tarka (mistura cremosas de lentilhas com sementes e especiarias fritas).
Quando jantamos fora, quase sempre vamos a restaurantes indianos/nepaleses (obviamente, curry freaks!). Com o passar dos anos temos assistido à ascensão e queda de muitos restaurantes do género, porém, um muito simples, talvez o mais discreto, mantém o mesmo padrão de qualidade (muito por ser um restaurante indiano para indianos), o restaurante do Centro Comercial da Mouraria, no Martim Moniz (conhece-se simplesmente por Restaurante). Em cinco anos só devemos ter pedido uma ou duas vezes outro prato que não as maravilhosas lentilhas (servidas com arrozito basmati e roti quentinho, huumm…).
Assim, propusemo-nos recriar esse maravilhoso Dal Tarka. Apesar de aparentemente complicado, na realidade, não é. É processo em 2 fases, o dal - a pré-preparação cremosa das lentilhas - e o tarka (ou tadka) - a mistura de especiarias fritas que, no fim, se juntam ao dal. Pesquisámos e optámos por adaptar a receita da Hetel e da Anuja, do site Show me the Curry. Quanto aos ingredientes, mesmo que se viva longe do maravilhoso Martim Moniz, não há desculpa! Eis aqui uma loja online com distribuição para todo o país (também com loja física na Av. Visconde Valmor), a Ayur – todos os ingredientes necessários à confecção de pratos indianos encontram-se aqui!

Ingredientes:

Para o Dal
400gr de Chana Dal previamente demolhadas e cozidas na panela de pressão;
1 colher de sopa rasa de açafrão;
1 pitada de assa-fétida;
1 cebola média picada;
1 colher de sopa rasa de cominhos em pó;
1 colher de sopa rasa de coentros em pó;
1 colher de sopa rasa de chili em pó;
1 colher de sopa rasa de Garam Masala;
Sal q.b.
Água
Óleo q.b.

Para o Tarka
1 colher de sopa de sementes de mostarda;
1 colher de sopa de sementes de cominhos;
3 /4 folhas de caril;
2 chilis verdes picados;
2 dentes de alho picados finamente;
Gengibre fresco, na mesma quantidade do alho, partido finamente;
Sumo de 1 lima (ou limão);
Coentros frescos picados.

Como fazer:
A receita do site Show me the Curry apresenta uma mistura de dals - Toor Daal, Mung Daal e Channa Daal. Contudo, optámos por utilizar apenas a lentilha tipo Chana, por acharmos que é a mais utilizada no Restaurante do Martim Moniz.
Aquece-se o óleo numa sertã larga (no meu caso, optei pelo wok) e junta-se o açafrão e a assa-fétida, mexendo para libertar os aromas. Junta-se a cebola até ficar translúcida, mexendo sempre. Adiciona-se o sal, os cominhos em pó, os coentros em pó, o chili em pó e o garam masala, mexendo sempre; deixar cozinhar mais uns segundos (atenção para não deixar queimar).
A seguir, juntar as Chana Dal, previamente cozidas (na minha panela de pressão 18 minutos depois de 30 minutos a demolhar) e cobrir com água (atenção para não afundar as lentilhas, apenas cobri-las com água – objectivo, obter uma mistura cremosa). Deixar cozinhar o dal em lume brando durante 8/10 minutos; rectificar de sal e ir mexendo de vez em quando para não pegar.

Na recta final do dal, começar a preparar o tarka. Aquecer uma colher e meia de sopa de óleo (a receita original pede manteiga clarificada ou ghee, mas nós utilizámos óleo); assim que este estiver quente juntar as sementes de mostarda, as sementes de cominhos (ir mexendo porque estas vão saltar), as folhas de caril, os chilis verdes picados, o alho e o gengibre – mexer bem e deixar cozinhar uns 2 minutos, ou até o alho ficar dourado (mas não tostado!).
Retirar o dal do lume, verter o tarka sobre o dal, juntar o sumo de lima e os coentros picados…
… abrir a garrafa de vinho e seguir para a mesa, com o dal tarka e arroz basmati para acompanhar.
Bom apetite!